Conversa de consultório (ou de mães)

Estava lá rodeada de mães. Primeiro foram às barrigas pulsantes que saiam pelos espaços abertos das roupas. Logo após vieram os bebês, dormindo e depois de alguns minutos aos berros (sabe lá Deus o motivo).


Uma moça enorme senta do meu lado. Olho as mãos e os pés inchados. Atento para a respiração ofegante e as gotas do suor escorrendo pelo rosto. Apesar de tudo está bem até sorri quando alguém olha para ela. “Querendo ou não vem aquele pensamento ‘será que vou ficar assim...”.


A outra mãe conversa com o pequeno deitado na almofada. Diz que tem pouco mais de um mês. É engraçado vê-la conversando com alguém que não entende nada. Pedindo para que ele pare de chorar. No fundo mães e filhos se entendem, possuem uma linguagem própria. Mesmo com poucos meses nessa fase maternal, tenho lido tanta coisa sobre nenéns que deduzo que o garotinho está com cólica. Começo a ficar incomodada. Vem o choro. Lembro de uma das lições práticas de pai do meu namorido para esse tipo de situação, uma massagem encolhendo as perninhas, como se fosse uma abdominal (é ótima para soltar os puns). Dou uma de atrevida e sugiro a tal massagem para a mamãe do lado. Ela sorri e tira um remédio da bolsa. Pouco tempo depois ele pára. Ela é a mãe não eu.


No banco da frente outro pequeno dorme vestido na sua roupinha verde. Empacotado dos pés a cabeça. Quando não estava grávida achava uma maldade deixar uma criança daquele jeito (#calor), mas logo descobri que nos primeiros tempos os bebês sentem muito frio, ainda assim não pretendo empacotar a Rebecca da mesma maneira.


E num ambiente não demora para que comecem as conversas. Mães sempre têm o que conversar. Estranho, mas lá estou eu trocando dicas, dando risadas das histórias e atrapalhadas de início de gravidez. De repente nunca me imaginei assim.


*** Mesmo estando gestante ainda tenho medo daquelas barrigas enormeeeeeeeeees de grávida.

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