Do azul ao preto

De repente pintaram tudo.

Em poucos minutos os alunos, os pais, os professores, o pátio, as carteiras, a cantina, os bancos, as salas, os azulejos, os passarinhos sobre a laje, as danças, as brincadeiras, os lanches, os risos, os amigos, as brigas, as lembranças ... sumiram, em meio a tinta preta do pincel conduzido pelo pintor.

O muro azul claro da escola da minha infância agora nada mais era do que uma parede negra com grandes letras brancas “Empresa de Segurança”.


Vejo os cenários em que vivi sendo modificados e por mais que saiba que não posso interferir no transcorrer dos acontecimentos, dói ver tudo isso sendo destruído.


Não sei porque acabei lembrando da música
'Gentileza' da Marisa Monte.


Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca


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