Papai não vem...
Num fim de
semana de páscoa vi um garotinho esperar ansioso por um passeio de domingo. Ele
tomou banho sem briga, comeu o lanche ser espernear e esperou. Arrumou a
mochila, separou o carrinho preferido e correu pela casa na expectativa de
encontrar alguém que não veio. Cansou. Dormiu e muito embora a mãe tenha
torcido mentalmente para que ele esquecesse o teor do telefonema daquela manhã,
daquele ‘eu vou te buscar’ ele retomou a espera de onde parou.
Tem coisas
que você não encontra solução imediata. Tem coisas que você prefere que não
chegue a certo ponto, mas elas avançam. Tente explicar para uma criança que seu
pai não vem e te digo a probabilidade dela levar isso numa boa é quase improvável.
E contrariando filosofias, para não destruir aquele encanto ela mentiu, e sabe
lá Deus de onde a mãe inventou uma doença. Era isso ‘ele estava doente’ e
bastava. Eu não preciso nem dizer que o guri acreditou.
Até quando se
pode mentir para quem se ama? Omitir a verdade nunca é um caminho, mas não se
pode usar mão desse artifício para não machucar e nem destruir sonhos infantis?
Dentre as piores
coisas que uma criança pode não ter no mundo é atenção. E dói muito ver um pequeno
exigindo algo que deveria ser dado espontaneamente. Filhos não são brinquedos
que você deixa-os de lado e os procura quando dá vontade. Filhos são uma parte dos
pais, em que eles têm a oportunidade de construir uma nova história.
Comentários
Postar um comentário
Poucas palavras ...